RENDA FIXA

Tudo o que você precisa saber para se decidir a investir na Renda Fixa ainda hoje!

André de Melo

6/26/20238 min read

Para você que aprendeu que dinheiro precisa girar e multiplicar e para isso ele precisa ser investido, vou apresentar hoje uma das formas de investimento no Brasil mais usada, a renda fixa. Mas acredite se quiser, a renda fixa de fixo só tem as taxas usadas na contratação, a renda mesmo vai variar pelas condições do tipo de título comprado. Como eu não sei o que exatamente estava pensando a pessoa que deu esse nome, vamos nos concentrar em aprender o que precisamos para fazer dela um bom uso nas nossas finanças.

A renda fixa é sinônimo de segurança, liquidez, taxas competitivas e carteira protegida.

Muitos investidores querem “segurança” ao menor “risco”. E sim, a renda fixa acaba sendo uma das melhores opções dentro do mercado. Porém, gosto de salientar que sem risco algum só Jesus na nossa vida.

Até mesmo a poupança, tão usada pelos brasileiros, e independente de ser uma boa ou ruim opção, possui riscos, mas que pela falta de conhecimento a maioria pensa que está seguro e livre de perdas.

Como qualquer empresa, os bancos (as instituições financeiras) e o governo, necessitam captar recursos para financiar seus projetos e assim continuar expandindo sua atividade. E para esse “financiamento” é que entra o investimento em Renda Fixa.

Quando você investe na Renda Fixa, você está emprestando seu dinheiro para essas instituições. Então, elas utilizam o dinheiro para financiar suas atividades e, em troca, devolvem o dinheiro acrescido de uma taxa de juros.

A renda fixa tem uma rentabilidade previsível, pois quando você optar por determinado tipo de título, você terá uma “previsão” de ganhos futuros.

Se você é um iniciante nos investimentos, o ideal é que seja o seu primeiro tipo de investimento. Já que é mais arriscado começar a investir na Bolsa de Valores para quem ainda não tem conhecimento ou mesmo não queira passar por alguns frios na barriga.

É fato que na bolsa de valores os ganhos podem ser maiores, mas existe uma regra que não pode ser esquecida: GANHOS ALTOS, ALTOS RISCOS. Isso é uma verdade absoluta para qualquer tipo de negócio e não só nos investimentos do mercado financeiro.

Na renda fixa existem diversos tipos de títulos e nós vamos aprender um pouco mais sobre eles agora. Sendo esses títulos caracterizados por objetivos, risco, emissor e rentabilidade.

Como a renda fixa possui diversos tipos de títulos, você tem inúmeras possibilidades para investir e para diferentes objetivos, como por exemplo montar uma reserva de emergência ou até comprar uma casa etc.

Você sempre deve optar por títulos que tenham mais a ver com seu perfil de investidor, levando em consideração seus objetivos e até mesmo o momento pelo qual você está passando, bem como montar uma carteira diversificada de títulos.

Cada um dos emissores, emitem títulos conforme a necessidade da sua natureza de operação. E as condições como tempo, taxa e rentabilidade estão ligadas a essas características. Por isso, quando você escolhe o tipo de título, você já tem todas as informações que precisa para saber qual será a previsão de rentabilidade para o dinheiro que você irá emprestar.

Então, o que é fixo na renda fixa é a taxa e não o retorno, podendo em alguns tipos de título a taxa não ser fixa e sim o indicador que irá remunerar o título, como exemplo: CDI e SELIC.

Com relação ao risco, cada emissor tem seus riscos diferenciados. Lembrando da regra que quanto maior o retorno, maior o risco, isso também é uma premissa na escolha dos títulos. Os títulos de renda fixa estão sujeitos a riscos de crédito e de mercado, podendo em algumas situações o valor do papel variar tanto quanto (ou até mais que) uma ação na bolsa de valores.

O rendimento da renda fixa varia de acordo com o INDICADOR utilizado em cada TIPO DE TÍTULO escolhido.

De forma geral, os 4 indicadores dos investimentos de Renda Fixa são o CDI, a taxa Selic, o IPCA e a TR. Sendo o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) a principal referência nesta categoria de investimentos.

A taxa Selic – que é a taxa básica de juros da economia brasileira, é definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, e é usada como referência de remuneração para investidores que aplicam em títulos públicos.

O IPCA é um dos índices de inflação mais importante do Brasil, porque ele mede a inflação oficial do país e serve também como referencial para alguns investimentos.

Finalizamos com a Taxa Referencial (TR) – que é um índice de reajuste criado com o intuito de diminuir os efeitos da inflação, porém seu foco maior são algumas aplicações financeiras. A TR é calculada e divulgada pelo Bacen, levando em consideração as taxas dos CDBs pré-fixados de 30 instituições financeiras.

A remuneração dos títulos de renda fixa está atrelada aos tipos de título, sendo eles:

· Títulos Prefixados

Eles possuem taxa de rentabilidade fixa, por exemplo, 10% ao ano, são ótimos para reservas estratégicas com objetivos definidos dentro de um tempo predeterminado.

Essa é uma ótima forma de proteger seu patrimônio e fazer com que ele cresça constantemente, pois independentemente do que acontecer no mercado, o rendimento desse título se manterá até a data do vencimento.

Ao investir o seu dinheiro neste título, não há surpresas no dia do resgate, visto que no momento da compra esse título está atrelado a uma taxa de juros fixa, que já é conhecida quando a operação se inicia. Assim você já pode saber exatamente quanto receberá na data de vencimento do título.

Os prefixados costumam ser recomendados para quem acredita que os juros da economia vão se manter baixos ou que cairão ainda mais.

O principal cuidado com esse tipo de remuneração é o resgate antecipado. Se a taxa negociada do título aumenta, o investidor pode vender o título desvalorizado (deságio). Ou seja, se por qualquer motivo decidir retirá-lo antes o total pode ser corrigido pela marcação a mercado, quando é calculado o valor que determinado investimento teria atualmente. Esse é um ponto de atenção, pois caso haja uma redução muito alta na taxa básica de juros, essa correção da marcação a mercado pode levar a uma rentabilidade negativa, principalmente nos títulos de longo prazo (mais de 5 anos). Mas vale lembrar que esse ponto é válido apenas para quem quiser resgatar antes do vencimento.

As principais opções desse tipo de título estão disponibilizadas pelo Tesouro Direto, como por exemplo o Tesouro Direto Prefixado e o Tesouro Direto Prefixado com Juros Semestrais.

Outras opções são: LCI (Letra de crédito imobiliário; LCA (Letra de crédito do Agronegócio; CDB (certificado de depósito Bancário; CRIs (Certificados de recebíveis imobiliários) e CRA’s (do agronegócio).

As vantagens dos títulos prefixados:

1. Desde o início você saberá a rentabilidade;

2. Investimento seguro;

3. Mesmo com a marcação a mercado, ainda é possível obter lucros com a retirada antecipada.

As desvantagens:

4. O investidor pode perder a oportunidade de rentabilidade maior, no caso de outras taxas de juros estarem sendo utilizadas variem ao seu favor;

5. As taxas costumam ser menores que em outras formas de investimento;

6. A rentabilidade real do título pode representar prejuízo caso a inflação no período seja maior do que a taxa de juros prefixada no título.

· Títulos pós-fixados

Os títulos pós fixados são um tipo conservador de investimento para quem deseja mais segurança. Os investimentos pós-fixados são aqueles em que não é possível conhecer o rendimento da aplicação no momento da compra do título, pois estão atrelados a um indexador e só é possível saber, de fato, quanto ele rendeu, no vencimento da aplicação, ou seja, no dia do resgate. Assim, o emissor paga um percentual deste índice, por exemplo, 110% do CDI de forma diária, e esse é o ponto que o torna um investimento conservador, a rentabilidade diária.

Alguns dos indexadores utilizados para compor a rentabilidade desses ativos são o CDI, a taxa básica de juros da economia (SELIC), o IPCA ou o IGP-M. Ou seja, a rentabilidade de um título pós-fixado é mostrada em um percentual do indexador.

Por exemplo, rentabilidade = 100% do CDI, significa que a aplicação renderá exatamente o que render o CDI. Se a rentabilidade indicada fosse de 80% do CDI, significa que renderia menos que o CDI – apenas 80% do que rendesse esse indexador. Nos títulos pós fixados a rentabilidade sofre variações durante todo o período, já que os índices estão em constante variação.

Como estes indicadores sofrem oscilações ao longo do tempo, os retornos também são alterados por essas oscilações. Então, se o indexador subir, os seus rendimentos também aumentam e vice-versa.

Vamos a um exemplo mais prático, se o CDI estiver em 4% hoje, mas cair para 2% daqui alguns dias, caso você tenha investimento em CDB com rentabilidade a 100% do CDI, a rentabilidade dessa aplicação também cairá de 4% para 2%. Mas se o percentual do CDI voltar a subir, consequentemente, o desempenho dessa aplicação também irá melhorar.

Portanto, para você que acredita que a taxa básica de juros irá subir no período, é uma excelente opção de investimento. Ao investir nesta categoria, você terá uma previsão de quanto o seu dinheiro vai render até a data do vencimento.

Os pós-fixados podem ser ideais para quem deseja obter ganhos próximos ou acima do benchmark da Renda Fixa, que é o CDI.

Estes títulos também são recomendados para aqueles que desejam seguir o mercado, principalmente quando as taxas de juros estão em ascensão, e para alocações de liquidez diária voltadas para resgate rápido e reservas de emergência.

· Títulos Híbridos

Os investimentos com taxa de rentabilidade híbrida são compostos por uma parte fixa e uma variável, por exemplo, 5,0% + IPCA.

Então, ao investir neste título, você receberá exatamente os 5% mais o comportamento oscilatório do IPCA quando levados até o vencimento. Se ele subir, os seus rendimentos aumentam e vice-versa.

As aplicações híbridas são muito conhecidas por oferecer ganhos reais ao investidor. Uma vez que o valor da inflação será reposto durante todo o período. Logo, elas podem ser recomendadas para quem deseja obter retornos acima da inflação e funcionam bem na diversificação de carteira, pois existem períodos econômicos com surpresas inflacionárias.

Essa opção também é muito utilizada por investidores que desejam realizar aplicações de longo prazo, pois não sabemos como será o desempenho inflacionários nos anos futuros, então, fazer investimentos que tenha essa vantagem de correção da inflação por um longo período é uma vantagem.

Por terem uma parcela de taxa pré-fixada, devem exigir a mesma cautela que os títulos puramente pré-fixados quanto ao risco de deságio na rentabilidade no resgate antecipado, causado pela marcação a mercado.

Nessa mesma modalidade de títulos híbridos, aqueles que são emitidos por empresas, como: debêntures, CRI’s e CRA’s. É possível encontrar opções de títulos híbridos tendo o CDI como a parte variável da rentabilidade acrescido de uma taxa fixa. Por exemplo: CDI + 2%.

Vale lembrar que essas opções são mais arriscadas, e quanto maior o valor da parte fixa da rentabilidade acrescida do CDI mais arriscado é o título. Apesar da renda fixa ter muitas opções de investimento com baixo risco e conservadoras, também encontramos opções de alto risco e com rentabilidades mais vantajosas, visando investidores com perfil mais arrojado.

Lembrando sempre, aquela regra básica de finanças também funciona aqui: quanto maior o retorno, maior o risco.

Até nossa próxima matéria, espero que tenham gostado!

André de Melo.